Por Mauricio Hasbeni de Melo
O Compliance
já é realidade cada vez mais crescente em empresas sérias, principalmente,
aquelas com ações em bolsa de valores.
Porém, no setor público ainda é tratado com
descaso. E não se está se referindo a TCU e TCE.
O Compliance deve ser visto como um tema de
interesse público e ser transformado em uma verdadeira política pública de
combate à corrupção, decorrente, inclusive, até mesmo, de uma exigência do
Estado Democrático de Direito.
Mas afinal de contas o que é Compliance?
Compliance é uma palavra que se origina do
verbo inglês to comply, que significa cumprir, executar, obedecer, observar,
honrar, realizar, satisfazer o que lhe foi imposto.
O Compliance constitui a base para se
estabelecer uma cultura ética nas instituições públicas, não apenas para
proteger estas instituições, mas a sociedade como um todo.
As palavras de ordem de um programa de
Compliance bem conduzido e executado são:
- Ética;
- Conduta adequada;
- Integridade;
- Transparência;
- Governança;
- Equidade;
- Prestação de contas;
- Responsabilidade;
- Sustentabilidade.
Para uma instituição pública (Prefeituras,
Governos estaduais) estar em Compliance, ela precisa colocar a questão no
centro da sua estratégia política, com o compromisso público (e privado) da
administração e dos colaboradores de respeito às normas.
“Não se impõe Compliance”. Não se faz uma
instituição honesta por decreto, por comando, por controles e sanções.
Para se chegar em Compliance exige-se um
profundo comprometimento, que só pode ser atingido através da conscientização
dos colaboradores, do tempo, de esforços e gastos em treinamentos.
Alguns poderiam se perguntar: Os gastos para
se implantar um programa de Compliance não são elevados?
Resposta: Os riscos políticos de não estar em
Compliance são muito mais elevados. Riscos atrelados a reputação provocando
publicidade negativa, litígios caros, perda de confiança dos eleitores, etc.
Uma instituição que age com ética e
integridade evita problemas jurídicos e processos, reduzindo os riscos legais e
custos.
A Ética e a Integridade são as razões de ser
e valores fundamentais de um programa de Compliance. O nascimento e o
desenvolvimento da cultura de Compliance são altamente dependentes de um
ambiente ético e integro.
E a maneira como as instituições públicas são
governadas é tema de interesse coletivo, por isso, não há dúvidas sobre a
relação direta de interdependência que deve ter entre o Compliance e a ética
nestas instituições.
Para uma instituição pública ser ética, não
basta dizer que é ética, não basta a criação de Conselhos, a criação de leis;
ela precisa de sistemas, de políticas, de processos que integrem esses padrões
na vida da instituição/funcionários.
Por tanto, o Compliance vem oferecer uma
resposta ao maior desafio da ética nas instituições públicas, qual seja, a
metodologia, as técnicas e os mecanismos de integrar a ética na sua estratégia,
decisões e ações, enfim, numa administração voltada para os interesses de todos
igualmente.
MAURICIO HASBENI DE MELO
Advogado Especialista em Direito Empresarial pela FGV.
Life Coach e Analista Comportamental pelo Instituto Brasileiro de Coaching (IBC)
Criador e Coordenador do Clube do Empreendedor.
Consultor para pequenas e médias empresas.
Coordenador do Núcleo de Desenvolvimento Humano ENGENHARIA DO SUCESSO
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