quinta-feira, 13 de junho de 2013

Marketing Multinível x Pirâmides

Por Raúl Candeloro
Sérgio Buaiz é um dos maiores especialistas no Brasil em Marketing Multinível (MMN). Em conversa recente que tivemos, mostramos preocupação sobre algumas práticas corriqueiras, hoje comuns no mercado brasileiro, e que vão acabar claramente prejudicando milhares de pessoas desavisadas.
Muita gente, procurando ganhos rápidos, acaba perdendo tudo que tem. Por isso é fundamental ter muito cuidado ao escolher com quais empresas de MMN trabalhar. Muitas são sérias. Muitas não são...
Como reconhecer a diferença entre marketing multinível sério e a picaretagem, incluindo desde pirâmides financeiras até versões mais sofisticadas?
Leia e descubra, pois é justamente sobre isso que Sérgio e eu conversamos nesta entrevista.
1) Raul Candeloro/VendaMais: Sérgio, estava voltando outro dia de uma palestra no interior de Minas Gerais e no trajeto até o aeroporto em BH, o motorista me contou de uma empresa de marketing multinível que paga em dólares para que as pessoas postem anúncios no Facebook. Contou que o pastor da sua igreja estava participando e já tinha até comprado um Camaro, que tinha muita gente ganhando um dinheirão sem trabalhar e que ele estava pensando seriamente em investir suas economias de quase R$ 3.000 (tudo que ele tinha conseguido guardar na sua vida) para começar. Como o que ele me descreveu foi na verdade uma pirâmide e não uma empresa séria de marketing multinível, convenci-o a cair fora rapidamente. Mas com certeza tem mais gente caindo nesse (e em outras) histórias de dinheiro fácil. Como um dos maiores especialistas no Brasil em MMN, qual sua opinião sobre isso? Estamos realmente passando por uma nova febre de pirâmides e picaretagens ou é só impressão minha?
Buaiz: Raúl, eu gostaria de te responder que é mais uma febre passageira, mas infelizmente a situação é mais delicada. Com os avanços tecnológicos, tem ficado cada vez mais fácil montar esquemas desse tipo e promovê-los nas redes sociais. Considerando a crise educacional, a ineficácia da justiça e o padrão de impunidade que assolam a sociedade brasileira, contamos com o terreno mais fértil do mundo para a proliferação das pirâmides financeiras high-tech, que têm propriedades holográficas. São legalizadas, organizadas, inchadas e transferidas, com uma agilidade impressionante, enquanto a massa de golpistas cresce, a cada giro dessa bola de neve. Atualmente, temos sempre de três a cinco "esquemas" desse tipo em evidência, levando milhares de pessoas a perderem dinheiro, enquanto seus cabeças ganham fortunas, carrões importados e posam como líderes de sucesso no mercado.
2) Aproveitando: o que é uma pirâmide, como reconhecê-la e, principalmente, como e por que ela é diferente do MMN correto, profissional? 
Buaiz: Ótima pergunta. Muita gente se confunde porque a definição de pirâmide financeira está ultrapassada. O problema tornou-se mais complexo, pois existem diversas modalidades de pirâmide. Existe desde aquela mais simplória, que sugere o envio de cartas com dinheiro pelo correio, até as muito sofisticadas, que se estruturam como empresas, pagam impostos e investem milhões para aplicar o golpe. São empresas "feitas para enganar".
3) Sério, como assim? Me explique melhor.
Buaiz: Inicialmente, é importante que a sociedade entenda alguns conceitos. O Marketing Multinível não é um negócio por si só. MMN é uma tecnologia de distribuição de comissões, que pode ser aplicada tanto para estimular a realização de negócios legítimos, quanto para estimular comportamentos nocivos ao mercado. Portanto, a questão fundamental é identificar a atividade fim da empresa e, se o produto da sua atuação é realmente viável, do ponto de vista econômico.

4) Para facilitar o entendimento dos nossos leitores, o que determina essa viabilidade econômica?
Buaiz: É muito simples. O produto ou serviço de qualquer empresa séria deve chegar a um cliente final satisfeito. Em outras palavras, a ponta da cadeia de distribuição deve ser ocupada por alguém que simplesmente paga e consome o que é vendido, por livre e espontânea vontade, sem qualquer vínculo com o negócio. Isso vale para as empresas de MMN, mas também para qualquer outra que se estabeleça. Afinal, quando uma empresa deixa de despertar essa percepção de valor no mercado, os clientes deixam de comprar e ela desaparece. Sua atividade fim não tem valor e não sustenta um negócio. Por maiores que sejam os bônus e benefícios futuros prometidos, não é legítimo tentar vender o que os outros não querem comprar.

5) Entendi. Então o problema está em usar a lógica do MMN para mascarar negócios sem sustentação, levando as pessoas a comprarem algo que não precisam, e que não tem valor de mercado, apenas para participarem do esquema?
Buaiz: Exatamente. Quando isso se configura, a ponta da cadeia de distribuição é ocupada por alguém que nem se importa com o produto ou serviço adquirido. Qualquer compra é tratada apenas como um investimento, na esperança de envolver outras pessoas e recuperá-lo com lucro. Esse comportamento se repete até que os últimos não consigam mais transferir a batata quente adiante. Ou seja, é economicamente inviável, caracterizando um plano de investimento irregular e altamente prejudicial à população.

6) No caso do meu motorista, ele falou de anúncios postados no Facebook e que ganharia dinheiro sem trabalhar. Como você definiria isso?
Buaiz: Raúl, eu não sei a qual empresa ele se referia, mas sou Publicitário formado pela UFRJ e ninguém vai me convencer que lixo virtual é publicidade. As empresas sérias de propaganda sabem que é preciso avaliar o público-alvo e direcionar sua comunicação para obter melhores resultados. Nos casos que eu acompanhei, a proposta era simplesmente fazer SPAM pelas redes sociais, o que vai na contramão da história. Além de não ser efetivo, gera um desgaste de imagem enorme, tanto para quem anuncia, quanto para o suposto divulgador. Outros casos semelhantes dizem que vão pagar para quem simplesmente clica no anúncio. Isso é uma aberração, pois significa ganhar dinheiro para fraudar os anunciantes. A questão aqui é clássica, de um produto ou serviço sem valor algum, sendo promovido como a inovação mais brilhante, para justificar a captação de recursos do povo. 
7) Você disse que existem outros esquemas circulando por aí. Me conte sobre outro tipo de pirâmide comum, para que os nossos leitores saibam se precaver?
Buaiz: Hoje, está na moda fazer pirâmide com serviços, pois sua percepção de valor é mais subjetiva, e a distribuição virtual agiliza em muito a propagação. A lógica é simples. Elege-se um serviço virtual qualquer, como Voip, clube de descontos em viagens, "anúncios" no Facebook ou assinatura de qualquer coisa, que 99% das pessoas não comprariam, em uma situação normal. Se você comprar 10 vezes o que não usaria nunca, por um preço 10 vezes mais caro do que pagaria se usasse, temos rapidamente uma relação de custo distorcido para 1%, sobrando uma margem de comissionamento superior à praticada por qualquer empresa legítima. Por exemplo, o seu motorista resolve comprar o título de um clube de férias, onde ele terá 50% de desconto em um hotel de Dubai. A vantagem de 50% é significativa, com certeza, mas será que ele vai para Dubai? Quantas vezes? Será que investiria as economias dele nisso agora, não fosse o MMN atrelado? A empresa não terá o custo de prover este serviço e pode comissionar quanto quiser.

8) Esse é o pior caso que você conhece?
Buaiz: Infelizmente não. Eles são criativos e inventam fórmulas para desviar mais dinheiro, mais rápido, de mais pessoas. Algumas empresas cobram "franquias" de milhares de reais para se ter direito a vender algo que ninguém quer comprar, com margens absurdas. Vamos a um exemplo? Imagine que o seu motorista passa a ter várias opções de negócio. Ele pode investir R$ 500 no pacote bronze, para ganhar 5% em 3 níveis. Se preferir, investe R$ 3.000 para adquirir o pacote prata e ganhar 8% em 4 níveis. Porém, se for realmente "visionário", investirá R$ 10.000 para tornar-se um líder gold e ganhar 10% em 5 níveis. Lembrando que são pacotes de serviços que ninguém compraria, pelo preço praticado, e que ele supostamente irá consumir ou revender um dia. É inacreditável, mas dezenas de milhares de brasileiros estão pedindo empréstimos nos bancos para investirem em pacotes de vento dourado.

9) Como identificar esse tipo de golpe? Existe alguma pista?
Buaiz: Raúl, a principal forma de se precaver é aceitar, de uma vez por todas, que não existe dinheiro fácil. Qualquer negócio sério é baseado em trabalho dedicado. Já vi muita gente enriquecer de forma honesta com o Marketing Multinível, mas não caiu do céu. É preciso arregaçar as mangas e construir um mercado relevante, para uma empresa viável e com produtos de valor reconhecido pela opinião pública. Portanto, qualquer pessoa que divulgue negócios com chamadas do tipo: "não precisa vender", "não precisa recrutar", "investimento garantido", "todo mundo ganha" etc, está dando pistas de que caiu em um golpe e quer arrastar mais alguém junto. O Marketing Multinível legítimo se baseia em Venda Direta ao cliente final, e não apenas à estocagem de produtos, serviços ou direitos adquiridos, por um investimento qualquer. Construir riqueza com MMN é possível, mas dá trabalho e não pode ser garantido.

10) Concordo. Vender e empreender dá trabalho e o resultado vem proporcional ao valor que se leva ao mercado. Mas você falou algo que me chamou a atenção. Ouvi dizer que tem outra empresa prometendo alugar equipamentos e repassar os lucros sobre serviços prestados em MMN, sem que ninguém precise trabalhar. Como isso se sustenta?
Buaiz: Ótima pergunta. Eles dizem que vão investir em mídia e comercializar os serviços em nome da rede, mas não há qualquer garantia contratual. E mesmo que houvesse, isso não caracterizaria Venda Direta, e sim um investimento, que precisaria ser regulamentado pela CVM como tal. Sua divulgação como "lucro certo" tem sido irresponsável e enganosa, atraindo milhares de brasileiros para uma aposta arriscada, sem que saibam do que estão fazendo, e sem avaliarem claramente os riscos envolvidos na operação. 

11) Realmente, acredito que é preciso criar uma legislação mais clara e mecanismos eficazes para evitar situações como essa, mas enquanto não temos uma solução definitiva, gostaria que você nos desse algumas dicas preventivas, para que nossos leitores possam evitar cair em pirâmides.
Buaiz: Ótimo, Raúl, mas antes eu gostaria de finalizar com um alerta importante, que não se restringe ao MMN, mas impacta gravemente a nossa atividade, por suas características de inclusão social e independência. 

Sabemos que nem tudo o que é legal, pode ser considerado moral e ético. A lei não serve para nos educar, e sim para impor limites ao crime. Portanto, hoje, o nosso maior problema está na deturpação de conceitos e valores, que induz a maioria das pessoas a querer levar vantagem em tudo, sem o mínimo bom senso de medir as consequências. 

Aprendi que o MMN tem o poder de recuperar a esperança, capacitando pessoas comuns para o empreendedorismo e o sucesso, mas às vezes a ignorância fala mais alto no microfone. O desespero e a ganância de ganhar mais dinheiro, mais rápido, estimulam comportamentos suicidas de alguns líderes, que fazem promessas infundadas de facilidades e atalhos, arrastando multidões de inocentes para o abismo. 

Diante deste cenário, o nosso desafio não se restringe a identificar pirâmides financeiras, do ponto de vista jurídico, mas alertar sobre todas as práticas nocivas e insustentáveis que também podem ser conduzidas nas brechas da lei, com discursos falsos, promessas exageradas, matemática ilusória, concorrência desleal, chantagens, calúnias, uso indevido de imagem, usurpação de direitos, enfim, aquilo que "acaba passando" pela complexidade do sistema, mas que deveria ser evitado, com melhores intenções. 

A verdade é que o futuro do MMN está na cabeça de cada um e na educação da nossa força de vendas. 

Nossa consciência social está doente e temos que recuperá-la, pois a ânsia de ganhar dinheiro não pode cegar as pessoas. Nem tudo que se permite por lei, é honesto e digno de se fazer. Credibilidade se constrói com confiança. Uma história de vida e sucesso respeitável se escreve com realizações duradouras. 

Apesar da distância, nossa relação de amizade e parceria mantém-se há mais de uma década, pelo respeito que sempre cultivamos um pelo outro, pelas nossas contribuições mútuas, que nunca precisamos estabelecer em contrato. Porém, a maioria da população desconhece as verdadeiras leis do sucesso, onde um pode vencer apoiando o outro, e não o contrário. 

Após vinte anos de carreira na Venda Direta e MMN, simplesmente não me interessa mais quem está legalizado, e sim quem faz a coisa certa, pelo bem do setor, do mercado e da sociedade em que vivemos. Meu compromisso é com a evolução da nossa liderança, doa a quem doer.

Por tudo isso, lancei o manifesto Marketing DO BEM, que foge do lugar comum e inclui as seguintes dicas para quem busca o sucesso honesto na Venda Direta:

1) EMPREENDEDORISMO NÃO É PARASITISMO: Lembre-se que não existe milagre, nem dinheiro fácil.
2) NEGÓCIO TEM VALOR DE MERCADO: Fuja das empresas que bonificam sobre taxa de adesão, franquia ou qualquer investimento em "direitos de participação no negócio", pois são pirâmides financeiras, independente dos produtos que distribuam e das táticas que se utilizem para disfarçar o golpe. Todas as comissões e bônus do MMN legítimo devem ser originadas pela compra de produtos/serviços de valor, devidamente faturados e entregues, que possam ser revendidos pelo participante a um cliente final, quando ele quiser.
3) EMPRESA É LEGAL: Saiba onde está se metendo. Dê preferência a empresas de Vendas Diretas já estabelecidas e testadas pelo mercado. Se a empresa tiver menos de cinco anos de atuação no Brasil, investigue cuidadosamente suas origens, documentação, objeto social e responsáveis legais, antes de envolver o seu nome. E jamais se envolva com empresas que não estejam devidamente regularizadas no Brasil, pois o MMN neste caso configura, no mínimo, crime tributário.
4) VENDA DIRETA SE GARANTE: Empresas legítimas incluem uma política de recompra, no caso da desistência do participante, descontando apenas custos operacionais de frete e impostos.
5) ORDEM DE CHEGADA NÃO IMPORTA:  Negócios de verdade recompensam principalmente pelo mérito e não pela sequência de entrada. Se o discurso de "ser um dos primeiros" é tão relevante na comunicação da oportunidade, isso caracteriza que nem a empresa, nem os líderes acreditam em sua sustentabilidade futura. Desconfie.
6) QUEM PAGA MAIS QUEBRA: Fuja do discurso "plano revolucionário que paga mais", pois toda empresa séria paga aproximadamente o mesmo, para manter-se competitiva e saudável financeiramente. Quando uma empresa diz que paga muito mais que as outras, significa que concentra as comissões nos níveis elevados e paga quase nada para a maioria, perdendo a sustentação no tempo.
7) A SEGURANÇA ESTÁ NA BASE: Para uma empresa de MMN durar mais de cinco anos e justificar-se como oportunidade de carreira legítima, viável economicamente perante os órgãos reguladores e a sociedade, a comissão de revenda deve ser generosa, para que todos os participantes sejam capazes de operar no azul por seu próprio mérito, sem depender de mais ninguém.
8) LIDERANÇA DE RESPEITO: Empresas sérias e o mercado valorizam quem merece. Portanto, pague o preço de desenvolver as habilidades de um líder exemplar e cuide da reputação como seu maior patrimônio. Relacionamentos de confiança são inegociáveis. Sua ética pessoal será testada com desafios cada vez maiores. Esteja preparado para superá-los!
Sergio Buaiz é Publicitário, Consultor e Treinador de Vendas Diretas há mais de 15 anos, tendo se especializado em Marketing de Rede e Liderança. Tem quatro livros e centenas de artigos publicados, no Brasil e no exterior. Fundou o movimento Marketing DO BEM, em defesa da Venda Direta honesta e livre dos esquemas piramidais insustentáveis.
http://www.marketingdobem.com.br
Tabela de Diferenças entre MMN e Pirâmide (por Raúl Candeloro)      
MMN
Pirâmide
Uma forma completamente legal de empresa.
Um esquema ilegal de lucro e roubo.
Baseado no princípio de apoio e treinamento para que os participantes tenham sucesso.
Baseado no princípio de ‘quem chegar primeiro, leva’.  Por isso há uma corrida desesperada para atrair incautos a entrarem no esquema, como amigos, parentes e conhecidos, que depois ficam com o prejuízo.
Envolve a transferência honesta de produtos e serviços idôneos para o consumidor.
Envolve basicamente a transferência de dinheiro das pessoas na base da pirâmide para o topo da pirâmide. Quando existem produtos ou serviços sendo comercializados, são apenas ‘fachada’ para essa transferência.
Consumidores podem adquirir os produtos/serviços sem necessariamente fazer parte do esquema. Da mesma forma, os associados ao programa não são forçados a fazer compras regulares, com volumes mínimos mensais, etc.
Todos têm que se associar à pirâmide para participar. O produto fica restrito aos associados e é comum quase ninguém usá-los de verdade, as pessoas terem caixas e caixas de produtos encalhados/estocados em casa, serviços nunca utilizados, etc.
É uma forma reconhecida de fazer negócios, obedecendo a regras bem rígidas de controle, bem como pagamento de taxas, impostos,  e outras contribuições sociais.
Um esquema de ‘fique rico sem fazer força’, que rarissimamente paga impostos e onde a sonegação é comum.
Os que entram mais tarde no MMN pode ganhar o mesmo ou até mais do que os veteranos, dependendo apenas do seu talento, esforço pessoal e dedicação. Além disso, os ‘novatos’ beneficiam-se da experiência e do conhecimento dos veteranos.
Aquele que entra atrasado corre muito mais risco do que os que entraram primeiro e, geralmente, acaba perdendo dinheiro. Isto acontece por que, depois de um certo tempo, o mercado fica saturado  ou o esquema é descoberto e desmontado pela polícia.

Investir em franquia dá retorno rápido

Diário de S.Paulo – Juca Guimarães

Ter uma marca conhecida e auxílio na gestão dos negócios são as principais vantagens para quem decide investir numa franquia.  De acordo com o tipo de atividade, é possível recuperar o investimento em menos de um ano.
 
A Ambev, por exemplo, tem uma opção de franquia para a  revenda do chopp Brahma em quiosques. O investimento inicial é a partir de R$ 27 mil e o lucro pode chegar a R$ 45 mil, em média. O retorno volta em um ano e a marca cobra 12% de royalties e 5% de propaganda.
 
A franquia oferecida pela Ambev é uma das que empreendedores poderão encontrar entre hoje e sábado,  na 22 ABF Franchising Expo. Serão 470 expositores. As oportunidades na feira têm investimentos a partir de R$ 10 mil. Alimentação, beleza, saúde e moda são os setores que mais oferecem franquias.
 
“O brasileiro é empreendedor por natureza e somos o terceiro país no mundo em marcas de franquias”, disse Ricardo Camargo, diretor executivo da ABF (Associação Brasileira de Franchising).  O setor de franquias, que deve crescer 16% este ano, fatura mais de R$ 103 bilhões por ano e emprega 940 mil trabalhadores. Em 2008, o setor faturava R$ 55 bilhões e tinha menos de 647 mil trabalhadores.
 
Outra oportunidade vem da Seletti, do ramo de alimentação saudável. Ela está testando um modelo piloto de franquia. Além de restaurantes, a rede vai franquear quiosques. O investimento é de R$ 180 mil e o  lucro médio mensal estimado varia entre R$ 6 mil e R$ 8 mil.

Dicas fundamentais para quem está começando a empreender

- Defina claramente seus VALORES e como eles influenciarão tudo que será feito na nova empresa.

- Defina claramente qual vai ser seu Posicionamento e quais vão ser seus diferenciais.

- Defina claramente qual é o seu PCI – Perfil do Cliente Ideal.

- Defina claramente qual é o problema que você ajudará seu PCI a resolver.

- Use todas as formas possíveis de comunicar-se com seu PCI.

- Desenvolva sempre novos canais de vendas.

- Prospecte novos clientes o tempo inteiro. 

- Ouça sempre o cliente – faça pós-venda e use o que aprender para se adaptar rapidamente.

- Cobre bem e valorize seu trabalho, seus produtos, seus serviços.

- Não tenha vergonha nem medo de ser muito lucrativo. Você merece. O lucro de hoje permite realizar os projetos de amanhã!

- Invista em marketing educativo. Eduque seu cliente e ensine-o a comprar melhor, a reconhecer qualidade, a ser mais exigente.

- Procure sempre trabalhar com os melhores.

- Terceirize sempre que puder tudo que não seja realmente necessário fazer internamente.

- Mantenha o foco e aprenda a dizer ‘não’ a tudo que não estiver alinhado com seus Valores, seu Posicionamento, seu PCI.

- Divirta-se no processo.

- Nunca pare de aprender e de tentar coisas novas. Empreender é estar confortável na zona de desconforto.

- Nunca se esqueça de que a família e sua saúde física, mental e espiritual são as coisas mais importantes da sua vida.

sexta-feira, 7 de junho de 2013

10 filmes que todo administrador deve assistir

O presidente do Conselho Federal de Administração (CFA), Sebastião Luiz de Mello, elaborou uma lista com 10 filmes que todo profissional de administração deve assistir.
Reprodução

Assistir a um filme é, para muitos, um momento de lazer e diversão. Contudo, o cinema pode oferecer, além do entretenimento, importantes lições para a carreira profissional. O presidente do Conselho Federal de Administração (CFA), Sebastião Luiz de Mello, lista 10 filmes que, segundo ele, todo profissional de administração deveria ver para aprender sobre gestão, superação, liderança, trabalho em equipe, entre outros temas.
Confira, abaixo, a lista preparada por Sebastião Mello.

Invictus

Direção: Clint Eastwood
O filme conta a história a partir da eleição de Nelson Mandela (Morgan Freeman) para presidente da África do Sul, quando o país ainda mantinha resquícios do apartheid. Para contornar a grave situação social e econômica, Mandela se une ao time nacional de rúgbi. “Este filme é interessante para os Administradores, pois o presidente Mandela terá uma relação próxima com o capitão do time, atuando como coach não para dar respostas, mas para fazer o atleta refletir sobre as situações e mudar seus comportamentos”, diz o presidente.

Amor sem Escalas

Direção: Jason Reitman
Ryan Bingham (George Clooney) tem por função demitir pessoas. Por estar acostumado com o desespero e a angústia alheiros, ele mesmo se tornou uma pessoa fria. Ele viaja para todas as cidades dos Estados Unidos demitindo pessoas. Mas seu chefe decide contratar Natalei Keener (Anna Kendrick), profissional que desenvolveu um sistema de demissão por videoconferência e, caso o sistema seja implementado, Ryan corre o risco de ficar sem emprego.  O filme mostra para os Administradores o conflito de gerência tradicional e gerência nova, que salta das escolas de negócios transformando as relações.

Um Sonho Possível

Direção: John Lee Hancock
“Este é um filme muito emocionante, baseado em um fato verídico”, opina Sebastião Mello. O jovem negro Michal Oher (Quinton Aaron) cresceu em lares adotivos. Sua vida muda quando ele conhece, no meio da rua, Leigh Ann (Sandra Bullock) que, sensibilizada pela situação do rapaz, decide leva-lo para dormir em sua casa. Ela e sua família decidem apostar no potencial de Michael, dando-lhe uma família, uma escola e a chance de jogar no time de futebol. O filme aborda temas como superação, esperança e como é importante a pessoa acreditar nela mesma. “Além disso, nos faz perceber que existem muitos talentos escondidos na empresa, esperando apenas uma oportunidade para fazer a diferença”, defende.

O homem que mudou o jogo

Direção: Bennett Miller
Esse é mais um filme que usa o esporte para nos ensinar importantes lições que valem para a vida pessoal e profissional. A película conta a história de um time de baseball com orçamento modesto que vem perdendo importantes atletas. O gerente do time, Billy Beane (Brad Pit) tenta conter os problemas, mas sem sucesso até conhecer Peter Brand (Jonha Hll). Beane adota as ideias de Brand e decide abrir mão de velhos conceitos de administração e passa a contratar jogadores pelo método defendido por Brand. A metodologia dá certo e o time vence vários jogos. O filme mostra como lidar com mudança, aborda princípios, obstinação, perseverança, além de deixar a mensagem da possibilidade de mudar o rumo das nossas vidas a partir da crença e da defesa inabalável de um princípio.

De pernas pro ar

Direção: Roberto Santucci 
Segundo Sebastião Mello, este é um filme muito divertido. Ele mostra a vida de Alice (Ingrid Guimarães), uma mulher workaholic que perde o emprego e o marido no mesmo dia. Mas tudo muda quando ela conhece a vizinha, que é dona de um sex shop em decadência. Alice percebe que o negócio está de mal a pior por falta gestão e decide, então, virar sócia da amiga. Para o presidente, como Alice tem amplo conhecimento na área de administração, ela consegue alavancar as vendas do sex shop e descobre que é possível dar a volta por cima, ser uma profissional de sucesso e ainda ter tempo para a família.

A fuga das galinhas

Direção: Peter Lord e Nick Park
Esta é uma animação britânica que conta a história de uma galinha que decide fugir do galinheiro após descobrir que seu futuro é virar comida. Ela e seus amigos vão viver várias aventuras para conseguirem alcançar seus objetivos. “O filme é interessante para os Administradores, pois traz lições como trabalho em equipe, estratégia e criatividade”, conta.

Monstros SA

Direção: Pete Docter
Neste filme, Mike e Sulley são monstros empregados da empresa Monstros S/A. A energia que a empresa gera provém dos gritos das crianças, mas como elas já não se assustam mais, o lucro da empresa começa a cair. Mas Sulley conhece uma garotinha e descobre que o riso dela também é capaz de gerar energia. O filme fala de reorganização na empresa, além de mostrar como é possível superar dificuldades se soubermos enxergar oportunidades, mesmo diante da crise.

Coach Carter - Treino Para a Vida

Direção: Thomas Carter
“Inspirado em uma história real, este filme é muito motivador”, fala Sebastião Mello. Ele conta a história de Ken Carter (Samuel L. Jackson), técnico de basquete que aceita treinar a equipe de um colégio da periferia. No local, ele precisa enfrentar a desmotivação de pais e alunos. Mesmo assim, ele consegue impor um rígido regime que, além de ajudar a melhorar as notas dos alunos, leva o time da escola a ganhar vários títulos. Para o presidente, o filme fala sobre liderança e do papel do líder para o bom trabalho em equipe.

Wall Street – O dinheiro nunca dorme

Direção: Oliver Stone
Gordon Gekko (Michael Douglas) sai da prisão após cumprir pena por fraude financeira e, impossibilitado de operar no mercado financeiro, ele passa parte do tempo palestrando e escrevendo livros. Até conhecer Jacob Moore (Shia LaBeouf), um operador idealista do mercado de Wall Street.  “O filme nos faz questionar até onde podemos ir para garantir sucesso e fama no mundo corporativo. Além disso, ensina a trabalhar com riscos”, afirma.

O discurso do Rei

Direção: Tom Hooper
Este é um filme que conta a história real de o rei da Inglaterra George VI, pai da atual rainha Elizabeth II. Ele sofria de uma gagueira que o impedia de discursar para grandes públicos, até conhecer o terapeuta Lionel Logue. Para Sebastião, esta relação entre os dois traz grandes ensinamentos para a Administração. “Uma delas é a importância dos líderes saberes se comunicar com eficiência e eficácia. Outra lição deste filme é a de que servir não significa dizer ‘sim’ a tudo. Apesar de estar atendendo ao Rei, Lionel mantém uma postura firme e exigente. Muitas vezes, diante de uma situação, um gestor precisa ser tão firme quanto Lionel, mas sem perder a delicadeza e o bom humor”, finaliza o presidente do CFA. Sebastião Mello.

quarta-feira, 5 de junho de 2013

Como iniciar um negócio em 54 horas

Por Fábio Bandeira de Mello

Conversamos com Marc Nager, coautor do livro Startup Weekend sobre como levar uma empresa do conceito à criação em tão pouco tempo.

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É praticamente um senso comum achar que é necessário muito tempo, planejamento e paciência para fazer um negócio ser bem sucedido. E, de fato, isso acontece na maioria das vezes. No entanto, três americanos estão fomentando um novo modelo de se pensar a gestão, que baseia em ir da ideia até colocá-la em prática em apenas 54 horas.

Seria possível? O Administradores conversou com um dos defensores dessa tese, Marc Nager sobre o que ele apresenta como Startup Weekend: instituição sem fins lucrativos com a missão de educar empreendedores e incentivar a criação de startups. O projeto é relativamente novo, iniciou em 2007, e o objetivo é que em um fim de semana intenso os participantes desse encontro mergulhem de cabeça na cultura empresarial e transformem uma boa ideia de negócio em uma startup viável.

Os eventos do Startup Weekend, inclusive, adquiriram status global, com mais de 600 apresentações e presença em 100 países. O sucesso foi tanto que virou até um livro com o mesmo nome e editado no Brasil pela Alta Books. Confira a entrevista que fizemos com Marc Nager, CEO e codiretor do Startup Weekend, abaixo:

Vocês resolveram transformar em livro o que ensinam em eventos que duram um fim de semana, totalizando 54 horas. Você poderia nos explicar, então, como funcionam esses eventos?

Nossos programas possuem as simulações mais fieis do começo de uma empresa. Junto a outros empreendedores da mesma comunidade, ambiciosos e com uma mentalidade parecida com a sua, você pode enfrentar os verdadeiros desafios de erguer uma start-up começando do zero, e durante o processo, você pode encontrar um co-fundador ou começar sua própria companhia.

Quais são as principais lições que vocês buscam transmitir no livro e no curso?

O livro é um resumo da nossa história, sobre a organização e nossos valores fundamentais. A principal lição está nos impactos culturais e transformativos que o empreendedorismo possui em todas as comunidades. Startup Weekend é um modelo incrível e eficaz para criar densidade e força nas comunidades para lançar negócios.

“Começar a empreender em 54 horas? Isso é possível mesmo? Em tão pouco tempo?”. Você provavelmente já escutou esses tipos de questionamentos. O que você diria para essas pessoas?

Na maioria dos casos, não. Aproximadamente um em cada 10 times que começam na Startup Weekend continuam vivos após 12 meses. Startup Weekend visa aprender sobre a experiência e o processo de validação da sua ideia e seu time. Assim como atletas esportivos precisam praticar, empreendedores também e a Startup Weekend é uma experiência incrível que vai te ajudar a se preparar para construir algo real ou avançar com o seu próprio negócio.

Quando falamos em empreendedorismo, muitas vezes a palavra “planejamento” vem na cola. Ele é realmente fundamental em um negócio?

Empreendedorismo é sobre agir. Planos de negócios são uma maneira antiquada de começar uma companhia. Modelos de negócios são muito mais eficazes e dinâmicos. Consciência e intencionalidade são importantes, mas você deve entender o risco de planejar o futuro, que é imprevisível. Em vez disso, foque em construir uma base forte de valores, saber exatamente quem são os seus clientes e quais os problemas que você está resolvendo, como você pode lucrar e se está disposto a se manter envolvido. 

O que você considera como o principal vilão para iniciar um novo negócio?

Não ter um time certo. Estatisticamente e informalmente, o time é o aspecto mais importante de uma startup. Geralmente, as pessoas se prendem a uma ideia. Esqueça a ideia, foque no problema e tenha certeza que você possui o time certo, que você pode ser incrível e eficaz junto.

E quais as características que um empreendedor bem-sucedido deve possuir?

Paixão, ser implacável, bom vendedor, ter inteligência social, habilidade para dizer “não” e uma tendência voltada para ação.

terça-feira, 4 de junho de 2013

Saiba calcular os custos de uma franquia

Por Afonso Ferreira
Entre começar uma empresa do zero e investir em um modelo de franquia, muitos empreendedores ficam com a segunda opção. O setor de franquias vive um bom momento. Segundo a ABF (Associação Brasileira de Franchising), o faturamento foi de R$ 88,8 bilhões em 2011, um crescimento de 16,9% em relação ao ano anterior.
Porém, o empreendedor precisa saber que existe uma série de exigências, taxas e condições contratuais. É importante ainda conhecer o mercado onde se vai atuar, colher o máximo de informações sobre a marca escolhida e tomar alguns cuidados para não sair no prejuízo.

Calcule o total de recursos para iniciar

Segundo a consultora jurídica e estratégica especializada franchising, Melitha Novoa Prado, o primeiro passo para o empreendedor se tornar um franqueado é fazer uma avaliação das próprias habilidades. Ao definir o seu perfil, ele tem mais condições de buscar empresas compatíveis com os seus ideais.

Na escolha da marca, é importante conhecer e comparar as taxas e calcular o total de recursos para iniciar. Os principais custos para inaugurar uma unidade franqueada são a taxa de franquia, uma adesão ao sistema de franchising e os gastos com a instalação da empresa, que vão desde a compra dos móveis e equipamentos até o projeto arquitetônico do local.
Além disso, é necessário ter e comprovar capital de giro e uma reserva em dinheiro para suprir as necessidades iniciais da empresa. 

Verifique as taxas mensais

Já com a unidade franqueada em funcionamento, há ainda duas taxas mais comuns, a de publicidade, referente às ações de divulgação da marca e dos produtos, e os royalties, uma espécie de licença para continuar utilizando o nome do franqueador.
Normalmente, estas cobranças são mensais, porém, cada franquia tem autonomia para recolher estes recursos de outras maneiras.

"A taxa de publicidade, por exemplo, pode ser um rateio. O franqueado paga um valor ao franqueador apenas quando há campanhas promocionais ou lançamentos de produtos. No restante do tempo, ele é isento da taxa", declara a consultora.

Compare os gastos com os ganhos

Após conhecer os gastos, é preciso avaliar também se os ganhos compensam e como deve ser feita a gestão. Para isso, o empreendedor deve conhecer o faturamento médio, a lucratividade e o prazo de retorno do valor investido, além de saber como funciona o fluxo de caixa.
O empreendedor não deve apenas contar com as informações oferecidas pela franquia, é bom ir a campo e visitar donos de unidades para ouvir sua opinião. "É importante  conversar com franqueados e descobrir quais problemas eles enfrentam. Um grande erro é se tornar um franqueado sem ter noção do que é este modelo de negócio."

Faça contato com o franqueador

Quando um empreendedor identifica uma franquia compatível com seu perfil, o primeiro contato informando o interesse em se tornar um franqueado pode ser via telefone ou e-mail. Será necessário o envio de algumas informações e documentos, como RG, CPF, comprovante de capital para investir, imposto de renda e outros, conforme a negociação avançar.

Durante esse processo, a consultora recomenda pedir informações claras sobre as taxas a serem pagas. Dependendo da área de atuação e da localização, algumas são cobradas e outras não.
Além disso, a forma de cobrança é variável e pode ser um valor fixo ou uma porcentagem sobre o faturamento bruto ou líquido. "É importante questionar o franqueador no processo de seleção e buscar o maior número de informações possíveis."

Contrato deve ser avaliado com cuidado

O presidente da Fran Systems, consultoria em desenvolvimento de negócios e franquias, Batista Gigliotti, alerta que o empreendedor deve ler na íntegra toda a documentação do contrato.
Se houver dificuldade para entendê-la, é aconselhável procurar auxílio de um advogado. "Existem empresas franqueadoras que não estão regulamentadas na ABF e podem oferecer riscos maiores."

De acordo com Gigliotti, o empreendedor também deve se atentar ao tempo de existência das empresas no mercado e desde quando elas aderiram ao sistema de franchising. Uma franquia com pouco tempo de adesão à modalidade tende a oferecer mais riscos.
"O empreendedor paga mais caro para ser franqueado de uma marca consolidada, porém recebe maior expertise de mercado", diz.

Outro cuidado importante, segundo o presidente da Fran Systems, é não acreditar que, por ter o suporte do franqueador, o negócio vai crescer sozinho sem que haja esforço na administração. "São os olhos do dono que engorda o gado. O empreendedor tem de estar presente e fazer a empresa funcionar", afirma.